sexta-feira, 27 de março de 2015

Entrevista a João Traquina (Sporting de Covilhã)



Ups, mete gelo




— com João Traquina.Ficha do Jogador: https://www.facebook.com/upsmetegelo/videos/vl.354542828062150/332094250332942/?type=1&theater


1. Fez praticamente toda a formação como futebolista na Académica de Coimbra. Na transição de júnior para sénior foi emprestado ao Tourizense, e nas 3 épocas seguintes foi novamente emprestado ao Tourizense e também ao Estoril. Sente-se revoltado por na altura não muitas oportunidades na equipa principal da Briosa?

Revoltado não. É verdade que a Académica de Coimbra é o principal clube da minha formação e, não só por isso, a Briosa ocupa um lugar especial no meu coração, tendo isso em conta e olhando para o que foi o meu percurso até aqui é natural que surja um sentimento de frustração e alguma tristeza por não ter conseguido vingar num clube que representa muito para mim.

2.  Relativamente à última pergunta, quais foram as principais dificuldades que teve ao ser consecutivamente emprestado?

Não tive dificuldades de maior durante os períodos em que tive cedido por empréstimo a clubes como o Tourizense e Estoril, felizmente para mim, tive em ambos, a oportunidade de trabalhar com excelentes profissionais sempre com ambientes muito bons, proporcionando-me a possibilidade de evoluir futebolísticamente. A única dificuldade que tive, por assim dizer, foi a passagem para o futebol sénior. É de facto o principal fator a que um jovem jogador tem de se adaptar rapidamente para ter sucesso.

3. Em várias épocas jogou na CNS, um jogador neste patamar consegue ter rendimento suficiente para viver só do futebol?

Acredito que à alguns anos atrás seria perfeitamente concebível viver do futebol no terceiro escalão do nosso país, atualmente, é extremamente difícil na minha opinião. Não é novidade para ninguém que a crise que atravessa o nosso país afetou, e de que maneira, a maioria dos clubes em Portugal.

4. Quais são as expectativas coletivas e individuais para este fim de época? Acha que o Sporting Clube da Covilhã tem argumentos para subir à Primeira Liga Portuguesa?

Obviamente que as expectativas, relativamente à subida, são bastante altas. Apesar de nós acreditarmos sempre que era possível, ninguém apontava o SC Covilhã à subida, agora nesta reta final encontramos-nos na luta, e com toda a legitimidade, acreditamos que é possível alcançar esse feito. Individualmente o meu único pensamento de momento é fazer de tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar a equipa e o clube a alcançar os objetivos.

5. Como caracteriza o seu treinador Francisco Chaló?

O técnico Francisco Chaló, na minha opinião, é um treinador muito competente e profissional, um aficionado pelo treino com bons métodos de trabalho, persistente, exigente, acessível e compreensivo, facilmente moraliza o grupo de trabalho mesmo após as adversidades. Características que fazem dele, assim como a restante equipa técnica, um dos responsáveis pela nossa excelente época.

6. Com 26 anos, ainda não jogou nenhuma vez no 1º escalão português. Continua a sonhar que é possível jogar num clube de primeira divisão?

Tenho a plena convicção que ainda é perfeitamente possível estrear-me na Primeira Liga Portuguesa.

7. Alguma vez pensou em jogar no estrangeiro?

Quando as oportunidades de trabalhar ao mais alto nível no nosso país são cada vez mais diminutas, acaba por surgir, naturalmente a possibilidade de o encontrar no estrangeiro. Será sempre uma opção.

8. Muitas vezes vêm-se pessoas a compara-lo com o Ukra e com o Daniel Candeias, sente-se um jogador idêntico a estes dois?

É para mim um motivo de orgulho ser comparado a jogadores como o Ukra e o Candeias com imensa qualidade. Para além disso são jogadores da minha geração com quem já tive a oportunidade de trabalhar e conviver. Sinto que todos nós somos diferentes mas que possamos ter algumas características em comum, consequência de sermos todos extremos talvez.


9. Nesta época defrontou o Benfica na 3ª eliminatória da Taça de Portugal. Você foi a figura principal do Sporting da Covilhã, ao fazer um golo aos 9 minutos e ainda assistiu Erivelto aos 43 minutos. Como se sentiu no final do jogo sabendo que conseguiu fazer uma bela exibição frente a um grande português?

O jogo desta época com o Benfica a contar para a Taça de Portugal foi, sem dúvida, um marco na minha carreira, não só pela exibição que consegui arrancar mas também por tudo aquilo que representou para mim. No final do jogo foi um sentimento agridoce, isto porque estivemos perto de conseguir ganhar o jogo e passar a eliminatória mas obviamente que me senti muito bem pela boa exibição.

10. Como reagiu ao ouvir os elogios de Rui Costa no final do jogo contra o Benfica?

Fiquei bastante surpreendido, e posso confirmar, ouvir os elogios de Rui Costa, uma das principais referências do nosso futebol, é verdadeiramente gratificante.



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