sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Entrevista a Tarantini Vaz (Rio Ave)


Ups, mete gelo



1. De onde vem a alcunha "Tarantini"? 

Tarantini foi-me dado pelo meu treinador Virgílio Martins enquanto treinador da equipa Júnior do Sporting  clube da Covilhã e adjunto de João cavaleiro na equipa principal.  Ele dizia que era muito parecido com Alberto Tarantini, defesa esquerdo da seleção argentina campeão do mundo em 1978. De fato foi uma alcunha, no meio de tantas outras que já tinha antes e durante a universidade, que perdura até hoje e acho que nunca mais vai sair. Hoje em dia apenas os meus pais e irmãs me chamam Ricardo.

2. Por norma, aqueles que despontam cedo no futebol ao mais alto nível, acabam por abdicar dos estudos, como foi possível conciliar uma Licenciatura com futebol profissional? 

Não foi nada fácil. Consegui porque tinha uma enorme vontade. É necessário trabalhar seguir ser bom nas duas coisas. A partir do meu segundo ano de Universidade, tive que abdicar de muita coisa. Não é fácil um miúdo com 18 anos, a viver pela primeira vez longe dos pais e ter o poder de escolher que possa ter tido as melhores opções, entre quais a opção de sair à noite ou ir às aulas. A vontade juntamente com os valores que os meus pais me passaram tornaram a escolha dos caminhos de um modo mais fácil.   

3. Qual foi a derrota que mais te marcou? 

A final da Taça de Portugal vai ficar marcada para o resto da minha vida. É inesquecível chegar a uma final da TP por um clube “pequeno” como o Rio Ave, mas depois de lá estar toda a gente só pensa em vencer e isso esteve muito perto.

4. E vitória? Qual é a vitória que nunca irás esquecer? 

A vitória que deu a passagem à fase de grupos da Liga Europa contra o Elsfborg. Penso que foi um jogo que qualquer português que estivesse a ver não ficou indiferente ao que se passou. O golo do Esmael ao minuto 92 tirou do sofá qualquer um independentemente do seu clube do coração. 

5. Acompanha a carreira do seu ex-treinador Nuno Espírito Santo? 

Obviamente que sim. Não só exclusivamente do NES mas também do Rui Silva, Ian Cathro, António Dias e Luís Pinto. Do modo como encaram o trabalho o futuro deles é grandioso.

6. Fez toda a carreira em Portugal, nunca se sentiu tentado em jogar no estrangeiro? 

Já tive, pelo menos uma vez, tentado em ir jogar no estrangeiro, no entanto as coias não se proporcionaram naquela altura. Talvez este ano seja a altura ideal para rumar a outro desafio. Sinto que fiz o máximo por este clube.

7. Que camisola sonhava vestir quando era criança? 

Se sonhava, deixei de sonhar quando compreendi o que é o futebol profissional e os clubes, principalmente os grandes.

8. Quais são as suas expectativas para o Rio Ave, nesta época? 

Ganhar a Taça de Portugal e conseguir assegurar uma nova presença na Liga Europa. No campeonato ficar nos 8 primeiros lugares.

9. Como capitão do Rio Ave, como é lidar com os jogadores mais jovens do clube? 

Irei responder a esta pergunta em dois pontos:
1º a relação com os jogadores que vão treinar com a equipa sénior - O futebol mudou muito desde a altura em que, como eles, entrei pela primeira vez num balneário de equipa profissional. Olho para trás e lembro-me da importância que o respeito e o trabalho têm em conseguir ganhar o espaço num grupo. Hoje em dia alguns valores foram-se perdendo, dai que inicialmente tento conhecer um pouco de cada um (atitudes que vão tendo,…), e ajudar aqueles que parecem merecer. Não tenho qualquer interesse em tornar fácil a relação, eles tem de a merecer.
2º a relação com os mais novos, que jogam na formação do clube -  O crescimento do Rio Ave, fez com que os mais novos olhem para nós e se revejam no futuro, situação que há uns anos não acontecia. Sinto que sou um “role model”, quer para eles quer para os pais. 

10. Algum conselho para os jovens que querem conciliar o estudo com o desporto?

O maior conselho que posso dar vem do coração, vem da vontade que cada um quer dar à sua vida. Já disse em muitas entrevistas que o futebol poderá tornar-se numa ilusão, acho que toda a gente tem o direito de sonhar em chegar lá em cima, mas ao mesmo tempo que construa um plano B na sua vida, que ocupe o demasiado tempo livre que tem em fazer outras coisas úteis, como por exemplo estudar. Conciliar o estudo com o desporto não é só planear o futuro, é criar bases também no crescimento como pessoa e úteis em quem quer ser jogador profissional de futebol, tais como: método, escolha, persistência, trabalho, compromisso,…  

Sem comentários:

Enviar um comentário