terça-feira, 14 de julho de 2015

Wilson Teixeria (Treinador Adjunto Moura)

"FLASH INTERVIEW" A WILSON TEIXEIRA



Ups, mete gelo



— com Wilson Teixeira

Ficha do Treinador:  https://www.facebook.com/upsmetegelo/videos/389794004562966/



1. O Wilson é uma celebridade bem conhecida da televisão portuguesa, foi concorrente do programa televisivo “A Casa dos Segredos”. Dentro dos relvados considera-se um treinador sem segredos? Pode desvendar como é o Wilson como treinador?

Olá, e antes de mais obrigado pela oportunidade.
A pergunta é interessante e não deixa de ser uma verdade. Verdade que não nego que participei num dos programas televisivos mais vistos da televisão portuguesa, onde me tornei uma pessoa conhecida do grande público.
Mas o Wilson jogador de “A Casa dos Segredos”, é um Wilson bem diferente do dia-a-dia e quem me conhece real e pessoalmente, sabe bem disso.
No programa, muitas vezes fruto do jogo, temos de encarnar um personagem, faz parte do jogo e é o que nos mantém vivos no jogo.
Como treinador sou um treinador com muitos segredos, porque normalmente não deixo passar para o exterior muita coisa do que faço no seio das minhas equipas. Só quem tem a possibilidade de trabalhar comigo, sabe. Uma das qualidades que um treinador de futebol por vezes também tem de ter é a de ser um bom ator. Por vezes, nos momentos em que temos vontade de ter determinadas ações, temos de ter a capacidade de ter uma postura e ações diferentes daquela que estamos a sentir por dentro.
Não gosto muito de falar sobre mim enquanto treinador, porque acho que os treinadores de futebol se vêm pelos resultados, pela identidade das suas equipas e pela qualidade do seu trabalho diário nos treinos.
Quem me quiser conhecer como treinador, tem de ir ao terreno acompanhar e aí sim podem ver como é. Estar a falar de mim é algo que não me parece bem.

2. Onde e como surgiu o sonho de ser treinador?

Mais a sério, surgiu em Sacavém. No Sport Grupo Sacavenense. A convite do mister Nuno Lopes, atual treinador do Santa Iria, que me deu a oportunidade de integrar a sua equipa técnica nos juniores do clube, depois de eu ter visto que a minha carreira de jogador teria de ser encurtada devido a um problema físico.

3. Acha que a sua passagem pela Casa dos Segredos trouxe consequências positivas ou negativas para a sua carreira como treinador ou em nada influenciou?

Positivas e negativas. Uma das mais positivas foi que abriu-me as portas para a possibilidade de conhecer e partilhar momentos com pessoas do mundo do futebol, que nunca pensei vir a conhecer. Que me fizeram acreditar que é possível, e deixar de encarar este sonho um dia chegar ao topo do futebol português, como uma utopia.
A parte negativa é que hoje em dia tenho um rótulo complicado que é fruto da irracionalidade e estupidez das pessoas que não sabem separar as águas e perceber que existe uma grande diferença entre o papel de alguém que esteve a jogar num programa de entretenimento televisivo, e um jovem profissional, trabalhador e lutador, que há 10 anos se dedica a 200% a uma atividade e a um sonho que é o de ser treinador de futebol ao mais alto nível.

4.  Quais são as maiores dificuldades que um treinador de ligas amadoras é confrontado?

A falta de assiduidade e pontualidade nos treinos. Os horários que somos obrigados a treinar. A falta de equipamentos desportivos adequados. Chegar a um treino, ter 25 ou 26 jogadores e só ter 3 ou 4 bolas para treinar porque o clube não tem dinheiro para mais. Enfim, as dificuldades são tantas que teria de ficar aqui a enumerar linhas sem fim nesta resposta, mas penso mesmo que o que é mais frustrante para um treinador de futebol amador numa liga amadora é aquele momento em que tentamos ser metódicos e organizados, fazemos um planeamento de um treino para 24 ou 25 jogadores e depois aparecem-nos no treino, 12 ou 13. Isso é altamente desmotivador.

5. O Wilson ainda é muito jovem, e como qualquer jovem tem sonhos. Quais são as suas maiores ambições?

Neste momento tenho 28 anos de idade. Quem me conhece sabe que tenho como objetivo chegar aos campeonatos profissionais até aos 35 anos de idade, como treinador de futebol.
Se até lá não conseguir, então procurarei seguir outro caminho. Mas esse é o meu sonho e a minha ambição. Quero ter um dia a possibilidade de treinar o clube do meu coração e ser campeão lá. Acredito que poderei lá chegar e tudo farei para o conseguir. Tenho de trabalhar muito, evoluir muito, mas sei que é possível. Porque na vida não há impossíveis. Basta acreditarmos em nós e termos quem também acredite!

6.
 Foi tornado público que o Wilson vai integrar um novo projeto no Moura Atlético Clube. O que o cativou para integrar este projeto? Quais os seus objetivos?

Os meus objetivos estão delineados há algum tempo na minha cabeça, que é evoluir ao máximo e aprender ao máximo cada dia, para estar preparado sempre para mais altos desafios. Como sabem, no mundo do futebol as coisas só acontecem quando se proporciona que aconteçam. Surgiu esta oportunidade e decidi agarrá-la com unhas e dentes. Agradeço ao meu representante, Sandro Giovetti e ao presidente Jacob por me darem esta oportunidade de trabalhar ao lado do mister Nuno Guia, profissional cujas qualidade de trabalho e a experiência são grandes e com quem tenho a certeza de que vou aprender muito. O objetivo, claro está, será ganhar o máximo de jogos possível e se possível, dar o meu modesto contributo para essas vitórias. Sou apenas mais um para ajudar e disposto a trabalhar.
O clube é bom, as pessoas são sérias, profissionais, ambiciosas e competentes.
As condições de trabalho são de um nível muito elevado.
Portanto, tem tudo para dar certo.
Agora é trabalhar para isso. 

7. O que é que menos gosta no futebol?

A falsidade, a hipocrisia, o cinismo, a cobardia, a falta de palavra, a falta de carater e o desrespeito que existe entre muitas classes dentro deste mundo.
Tenho muita dificuldade em lidar com pessoas que na nossa frente nos elogiam e dão “palmadinhas nas costas” e depois nas nossas costas nos “rasgam” de alto a baixo.

8. Sendo adepto do Sporting, como vê a entrada de Jorge Jesus no comando técnico leonino?

Penso que o Sporting fez uma aposta forte e positiva em Jorge Jesus. É um treinador experiente e com carisma. É sportinguista e vai treinar o clube com uma grande paixão, pois também ele está a realizar um sonho. Vejo este ingresso no Sporting com bons olhos e acredito que poderá ser uma mais-valia para valorizar os ativos que temos nos nossos quadros.

9. Como descreve o presidente Bruno de Carvalho?

Para mim, é difícil falar de Bruno de Carvalho de um modo imparcial, porque para além de presidente do meu clube, tenho de vê-lo como um amigo.
É um homem muito humilde, trabalhador, sério, competente, muito forte a negociar, muito rigoroso e criterioso.
É uma pessoa que tem uma paixão tremenda por aquilo que faz.
Têm por vezes o coração ao pé da boca e diz tudo o que lhe vai na alma, o que faz com que por vezes não seja compreendido por muitos.
Mas quem for minimamente inteligente consegue ir ao fundo da questão e compreender o porquê de determinadas coisas que acontecem.
Não me lembro de ter no meu clube um presidente com tanta força, determinação, vontade de vencer, ambição, raça e garra.
Acredito que poderá ficar na história do clube como um dos melhores presidentes de sempre e calar as bocas de muitos dos seus atuais críticos que só sabem criticar, mas que nunca conseguiram fazer melhor.
Advogo que na vida, só devíamos ter a capacidade de criticar, quando conseguíssemos fazer melhor.

10. E o futebol português, como é que o descreve?  

O futebol português é um futebol cheio de talentos e de jogadores com qualidade. Temos em Portugal a atuar alguns dos maiores talentos do nosso globo. Por isso, defendo que deveríamos ter uma estrutura organizativa bem melhor. Esse é o grande problema do futebol português atualmente: a estrutura.
Temos muita gente que não interessa na frente de alguns clubes e da grande maioria dos órgãos federativos. Muitas pessoas que só estão no futebol para se servirem do futebol e não para servirem o futebol.
Disse há pouco tempo que como no próprio treino, no futebol há o fundamental e o complementar.
O Fundamental é haver bola, jogadores, balizas e árbitros (e estes dois últimos no tempo que eu jogava na rua até eram substituídos por pedras ou pela lei do "sabes bem que é falta...").
O Complementar é tudo o resto (treinadores, agentes, empresários, dirigentes, media, adeptos, etc...) que não deixando de serem todos eles importantes para um jogo melhor, são apenas complementares ao próprio jogo.
Acho que não se deveria dar tanto protagonismo aos dirigentes desportivos e devíamos dar mais valores as verdadeiras estrelas do jogo, que são os jogadores e de preferência, os bons jogadores.

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